ROTEIRO DE ESCRAVA ISAURA
PERSONAGENS: (onze personagens mais o narrador que lê alguns trechos)
Isaura......................escrava branca
Leôncio...................dono de Isaura
Álvaro.....................amor de Isaura
Geraldo...................amigo de Álvaro
Malvina...................mulher de Leôncio
Martinho.................moço que descobre o paradeiro de Isaura
Ancelmo................. pai de Isaura
Belchior .................jardineiro da fazenda (sem falas)
Feitor (uma fala)
Guardas (sem falas)
Narrador
Narrador: Isaura é uma escrava de pele branca, filha de uma negra já falecida com uma homem branco, ex-feitor de fazenda. Durante muito tempo ele pelejou para comprar a filha para dar-lhe a liberdade, mas o preço de Isaura era muito elevado, pois ela recebera uma educação muito refinada e o casal Almeida criaram-na quase como uma filha e só queriam libertá-la quando estivessem perto de morrer, pois estavam muito apegados a ela. Mas o casal morreu antes de alforria-la e agora ela estava nas mãos de Leôncio, o cruel filho do casal, que herdara a fazenda e vivia assediando Isaura.
Cena 01
Leôncio: Isaura, fica sabendo que agora a tua sorte está inteiramente nas minhas mãos.
Isaura: sempre esteve, senhor.
Leôncio: agora mais que nunca. Meu pai e minha mãe são falecidos, eu sou o herdeiro de tudo e, portanto, sou teu dono. Deverás obedecer a todas minhas ordens e fazer minhas vontades. Mas não se preocupe, sua felicidade depende apenas de sua vontade.
Isaura: minha vontade?
Leôncio: eu desejo tornar-te a criatura mais feliz de todas as criaturas. Basta que me aceites como teu amante.
Isaura: eu, senhor? Oh! Deixe esta humilde escrava em seu lugar. A senhora Malvina é tão formosa, tão boa e lhe quer tanto bem. Eu lhe peço, senhor, deixe-me em paz. Estou pronta para lhe servir em tudo, menos nisso que o senhor exige.
Leôncio: Isaura, vais se arrepender de ter rejeitado meu amor! Feitor (gritando)leve esta escrava ingrata amarre-a no tronco e deixe-a a pão e água por uma semana.
Feitor: sim senhor.
Cena 02 (Isaura no tronco, seu pai vem libertá-la)
Pai de Isaura: Isaura, (cochichando), Isaura! Faça silencio. Vou te libertar e vamos fugir.
Isaura: para onde pai? Como?
Pai de Isaura: para longe daqui, para São Paulo, seja para onde for.
Isaura: tenho medo, se nos descobrem, estaremos mais perdidos.
Pai de Isaura: é nossa chance de salvação. Mudaremos nossos nomes pra ninguém nos descobrir. Meu nome será Ancelmo e o seu Elvira. Vamos...
Cena 03
Narrador: Isaura e o pai chegam a São Paulo e alugam uma casinha nas imediações da cidade.
Ancelmo: Oh, filha, sinta a liberdade!
Isaura: é um lindo lugar, pai, estou tão feliz que vou passear um pouco.
Álvaro: cáspite, o que é isso? Um anjo? Uma fada?
(aproxima-se de Isaura) perdoe-me, senhorita, mas nunca a vi neste lugar? É turista?
Isaura: não, meu pai alugou esta casinha aqui há pouco tempo.
Álvaro: é casada?
Isaura: não
Álvaro: Posso saber como se chama?
Isaura: Isau...Elvira, senhor.
Ancelmo: Elvira!
(o pai de Isaura grita, chamando-a, e Isaura sai.
Álvaro: espere...
Cena 04
Álvaro: meu amigo, estou completamente apaixonado. Esta vindo da fazenda e encontrei o anjo mais bonito que pousou na terra.
Geraldo: anjo? E esse anjo tem fortuna? Tem fazenda?
Álvaro: não me importa com coisas materiais. Notei que ela é simples, pura, inocente e linda.
Geraldo: pura? Em São Paulo ?
Álvaro: Ela não é daqui e se chama Elvira. Se ao menos tivesse um pretexto para vê-la.
Geraldo: Convide-a para uma festa. Você não pretende oferecer um jantar em sua casa para arrecadar mais fundos para campanha abolicionista? Convide-a.
Geraldo: E se ela recusar?
Geraldo: Então haverá alguma coisa errada com ela. Pode estar fugindo da policia com o pai. Nenhuma moça iria recusar um convite do solteiro mais cobiçado de São Paulo.
Cena 05
Isaura: pai, conheci um rapaz, ele me convidou para ir a sua festa. É um abolicionista. Mas não quero ir. Vai ter uma gente.
Ancelmo: minha filha, terá que ir. Soube que é um rapaz importante, se não for, ele vai vasculhar nossa vida e descobrir nossa identidade. As pessoas da cidade também podem desconfiar.
Isaura: Está certo, pai, irei.
Cena 06 ( Isaura e Álvaro dançam)
Álvaro: D. Elvira, o meu coração lhe pertence. Sou senhor de uma fortuna considerável. Tenho tudo nesta vida, mas não poderei ser feliz jamais, se a senhora não consentir em partilhar comigo esses bens. Elvira, case-se comigo.
(Martinho observa Isaura, comparando-a com o jornal que tem em mãos)
Isaura: ah, senhor, suas palavras me encantam, mas não posso.
Álvaro: por que não? Não me amas?
Isaura: amo-o muito. Mas é impossível.
Álvaro: por que impossível?
Isaura: não posso dizer-lhe, senhor.
Martinho: é ela! Guardas, prendam-na.
Álvaro: o que é isso? O que está acontecendo?
Martinho: essa moça é uma escrava que fugiu do dono. Está sendo procurando pelo jornal. E eu vou leva-la ao dono e receber uma recompensa por isso.
Álvaro: seu infame, não se atreva a por suas mão sujas em cima dela.
Geraldo: Álvaro, terá que deixar ele leva-la. Se ficar com ela ou tentar esconde-la, você será preso por roubo de escravo.
Narrador: Isaura é conduzida para Leôncio e seu pai é preso. Na fazenda, ela sofre terríveis castigos. Mas ela resiste, não deixando Leôncio tocá-la. Irritado, Leôncio arma um plano diabólico: pretende casá-la com o jardineiro Belchior. O casamento será apenas uma fachada para Leôncio possui-la sem levantar suspeitas de Malvina, sua esposa. Leôncio rasgou todas as cartas que Álvaro enviou a Isaura e propôs que se ela aceitasse o falso casamento, livraria seu pai da cadeia. Se recusasse, ele seria julgado e condenado à forca. A pobre Isaura não teve outra opção a não ser aceitar o noivado.
Cena 07 (Isaura vestida de noiva)
Malvina: anime-se Isaura! Meu marido lhe tirou do castigo, libertou seu pai da cadeia e você ainda irá morar conosco. Veja como meu marido é generoso.
Isaura: senhora, eu queria me casar por amor. Com outra pessoa.
Malvina: com o Álvaro? Ele te esqueceu, Isaura, dizem até que já se casou com uma moça bem rica.
Leôncio: é isso mesmo, Isaura, aqui está seu futuro marido. (aponta Belchior).
Vamos logo para igreja, vamos começar este casamento.
(Álvaro entra)
Álvaro: espere! Leôncio, Isaura não lhe pertence mais. Aliás, nem ela, nem esta casa, fazenda, escravos. Tudo agora é meu. Então não haverá casamento, ou melhor, haverá, o meu com Isaura.
Isaura: Oh, meu amor! (se abraçam)
Leôncio: O que significa isso?
Álvaro: soube que você estava endividado. Gastou toda a sua fortuna com luxo. E o que restou, gastou procurando por Isaura. Então comprei seus títulos e suas contas. Agora tudo é meu. Eu dou as cartas.
Leôncio: maldito. Tudo é seu, mas nunca vou lhe implorar generosidade. (Leôncio corre, tranca-se no quarto e mata-se com um tiro).
Malvina: Leôncio, Leôncio, Leôncio.....
(Álvaro beija o rosto de Isaura e a abraça).
Fim.
gostei
ResponderExcluirMuito bom, valeu!
ResponderExcluirficou otimo belinha vamos usar sua peça. na nossa escola escola estadual antonio marques.em bugre bjoooooooo.salete e regiane
ResponderExcluirComo crítica literária, tenho algumas correções a fazer.
ResponderExcluirA peça cortou muitas cenas cruciais para o entendimento do público.
Mesmo assim, para uma iniciante, está bom. Parabéns. continue tentando e se esforçando cada vez mais.
Beijos. Crislaine.
Muito bom!!!
ResponderExcluirvou usar essa peça na minha escola tambem
da mto trabalho escrever uma e eu sou vagaba!!!!!
gostei vou usar em um trabalho na minha escola vai ser tipo um cura metragem e eu nao estava conseguindo adaptar !!!
ResponderExcluirvou usar esse texto na peça da minha escola pq nao consegui adaptar.
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