quinta-feira, 10 de março de 2011

ROTEIRO DE PEÇA: ESCRAVA ISAURA

Gente, estou postando pra vocês um roteiro de Escrava Isaura que eu mesma fiz.

ROTEIRO DE ESCRAVA ISAURA


PERSONAGENS: (onze personagens mais o narrador que lê alguns trechos)
Isaura......................escrava branca
Leôncio...................dono de Isaura
Álvaro.....................amor de Isaura
Geraldo...................amigo de Álvaro
Malvina...................mulher de Leôncio
Martinho.................moço que descobre o paradeiro de Isaura
Ancelmo................. pai de Isaura
Belchior .................jardineiro da fazenda (sem falas)
Feitor (uma fala)
Guardas (sem falas)
Narrador

Narrador: Isaura é uma escrava de pele branca, filha de uma negra já falecida com uma homem branco, ex-feitor de fazenda. Durante muito tempo ele pelejou para comprar a filha para dar-lhe a liberdade, mas o preço de Isaura era muito elevado, pois ela recebera uma educação muito refinada e o casal Almeida criaram-na quase como uma filha e só queriam libertá-la quando estivessem perto de morrer, pois estavam muito apegados a ela. Mas o casal morreu antes de alforria-la e agora ela estava nas mãos de Leôncio, o cruel filho do casal, que herdara a fazenda e vivia assediando Isaura.

Cena 01


Leôncio: Isaura, fica sabendo que agora a tua sorte está inteiramente nas minhas mãos.

Isaura: sempre esteve, senhor.

Leôncio: agora mais que nunca. Meu pai e minha mãe são falecidos, eu sou o herdeiro de tudo e, portanto, sou teu dono. Deverás obedecer a todas minhas ordens e fazer minhas vontades. Mas não se preocupe, sua felicidade depende apenas de sua vontade.

Isaura: minha vontade?

Leôncio: eu desejo tornar-te a criatura mais feliz de todas as criaturas. Basta que me aceites como teu amante.
Isaura: eu, senhor? Oh! Deixe esta humilde escrava em seu lugar. A senhora Malvina é tão formosa, tão boa e lhe quer tanto bem. Eu lhe peço, senhor, deixe-me em paz. Estou pronta para lhe servir em tudo, menos nisso que o senhor exige.

Leôncio: Isaura, vais se arrepender de ter rejeitado meu amor! Feitor (gritando)leve esta escrava ingrata amarre-a no tronco e deixe-a a pão e água por uma semana.

Feitor: sim senhor.





Cena 02 (Isaura no tronco, seu pai vem libertá-la)

Pai de Isaura: Isaura, (cochichando), Isaura! Faça silencio. Vou te libertar e vamos fugir.
Isaura: para onde pai? Como?

Pai de Isaura: para longe daqui, para São Paulo, seja para onde for.

Isaura: tenho medo, se nos descobrem, estaremos mais perdidos.

Pai de Isaura: é nossa chance de salvação. Mudaremos nossos nomes pra ninguém nos descobrir. Meu nome será Ancelmo e o seu Elvira. Vamos...

Cena 03


Narrador: Isaura e o pai chegam a São Paulo e alugam uma casinha nas imediações da cidade.

Ancelmo: Oh, filha, sinta a liberdade!

Isaura: é um lindo lugar, pai, estou tão feliz que vou passear um pouco.

Álvaro: cáspite, o que é isso? Um anjo? Uma fada?

(aproxima-se de Isaura) perdoe-me, senhorita, mas nunca a vi neste lugar? É turista?

Isaura: não, meu pai alugou esta casinha aqui há pouco tempo.

Álvaro: é casada?
Isaura: não
Álvaro: Posso saber como se chama?

Isaura: Isau...Elvira, senhor.

Ancelmo: Elvira!

(o pai de Isaura grita, chamando-a, e Isaura sai.
Álvaro: espere...

Cena 04


Álvaro: meu amigo, estou completamente apaixonado. Esta vindo da fazenda e encontrei o anjo mais bonito que pousou na terra.

Geraldo: anjo? E esse anjo tem fortuna? Tem fazenda?

Álvaro: não me importa com coisas materiais. Notei que ela é simples, pura, inocente e linda.
Geraldo: pura? Em São Paulo?

Álvaro: Ela não é daqui e se chama Elvira. Se ao menos tivesse um pretexto para vê-la.

Geraldo: Convide-a para uma festa. Você não pretende oferecer um jantar em sua casa para arrecadar mais fundos para campanha abolicionista? Convide-a.

Geraldo: E se ela recusar?

Geraldo: Então haverá alguma coisa errada com ela. Pode estar fugindo da policia com o pai. Nenhuma moça iria recusar um convite do solteiro mais cobiçado de São Paulo.

Cena 05

Isaura: pai, conheci um rapaz, ele me convidou para ir a sua festa. É um abolicionista. Mas não quero ir. Vai ter uma gente.

Ancelmo: minha filha, terá que ir. Soube que é um rapaz importante, se não for, ele vai vasculhar nossa vida e descobrir nossa identidade. As pessoas da cidade também podem desconfiar.

Isaura: Está certo, pai, irei.

Cena 06  ( Isaura e Álvaro dançam)

Álvaro: D. Elvira, o meu coração lhe pertence. Sou senhor de uma fortuna considerável. Tenho tudo nesta vida, mas não poderei ser feliz jamais, se a senhora não consentir em partilhar comigo esses bens. Elvira, case-se comigo.

(Martinho observa Isaura, comparando-a com o jornal que tem em mãos)

Isaura: ah, senhor, suas palavras me encantam, mas não posso.

Álvaro: por que não? Não me amas?

Isaura: amo-o muito. Mas é impossível.

Álvaro: por que impossível?

Isaura: não posso dizer-lhe, senhor.

Martinho: é ela! Guardas, prendam-na.

Álvaro: o que é isso? O que está acontecendo?

Martinho: essa moça é uma escrava que fugiu do dono. Está sendo procurando pelo jornal. E eu vou leva-la ao dono e receber uma recompensa por isso.

Álvaro: seu infame, não se atreva a por suas mão sujas em cima dela.

Geraldo: Álvaro, terá que deixar ele leva-la. Se ficar com ela ou tentar esconde-la, você será preso por roubo de escravo.

Narrador: Isaura é conduzida para Leôncio e seu pai é preso. Na fazenda, ela sofre terríveis castigos. Mas ela resiste,  não deixando Leôncio tocá-la. Irritado, Leôncio arma um plano diabólico: pretende casá-la com o jardineiro Belchior. O casamento será apenas uma fachada para Leôncio possui-la sem levantar  suspeitas de Malvina, sua esposa. Leôncio rasgou todas as cartas que Álvaro enviou a Isaura e propôs que se ela aceitasse o falso casamento, livraria seu pai da cadeia. Se recusasse, ele seria julgado e condenado à forca. A pobre Isaura não teve outra opção a não ser aceitar o noivado.

Cena 07 (Isaura vestida de noiva)

Malvina: anime-se  Isaura! Meu marido lhe tirou do castigo, libertou seu pai da cadeia e você ainda irá morar conosco. Veja como meu marido é generoso.

Isaura: senhora, eu queria me casar por amor. Com outra pessoa.

Malvina: com o Álvaro? Ele te esqueceu, Isaura, dizem até que já se casou com uma moça bem rica.

Leôncio: é isso mesmo, Isaura, aqui está seu futuro marido. (aponta Belchior).
Vamos logo para igreja, vamos começar este casamento.

(Álvaro entra)
Álvaro: espere! Leôncio, Isaura não lhe pertence mais. Aliás, nem ela, nem esta casa, fazenda, escravos. Tudo agora é meu. Então não haverá casamento, ou melhor, haverá, o meu com Isaura.

Isaura: Oh, meu amor! (se abraçam)

Leôncio: O que significa isso?

Álvaro: soube que você estava endividado. Gastou toda a sua fortuna com luxo. E o que restou, gastou procurando por Isaura. Então comprei seus títulos e suas contas. Agora tudo é meu. Eu dou as cartas.

Leôncio: maldito. Tudo é seu, mas nunca vou lhe implorar generosidade. (Leôncio corre, tranca-se no quarto e mata-se com um tiro).

Malvina: Leôncio, Leôncio, Leôncio.....

(Álvaro beija o rosto de Isaura e a abraça).
Fim.










7 comentários:

  1. ficou otimo belinha vamos usar sua peça. na nossa escola escola estadual antonio marques.em bugre bjoooooooo.salete e regiane

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  2. Como crítica literária, tenho algumas correções a fazer.
    A peça cortou muitas cenas cruciais para o entendimento do público.
    Mesmo assim, para uma iniciante, está bom. Parabéns. continue tentando e se esforçando cada vez mais.
    Beijos. Crislaine.

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  3. Muito bom!!!
    vou usar essa peça na minha escola tambem
    da mto trabalho escrever uma e eu sou vagaba!!!!!

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  4. gostei vou usar em um trabalho na minha escola vai ser tipo um cura metragem e eu nao estava conseguindo adaptar !!!

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  5. vou usar esse texto na peça da minha escola pq nao consegui adaptar.

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