segunda-feira, 17 de outubro de 2011

SIMBOLISMO: ATIVIDADE COM POEMA DE CRUZ E SOUSA

Cárcere das almas      (Cruz e Sousa)

Ah! Toda alma num cárcere anda presa,
Soluçando nas trevas, entre grades
Do calabouço, olhando imensidades,
Mares, estrelas, tardes, natureza.

Tudo se veste de uma igual grandeza
Quando a alma entre grilhões as liberdades
Sonha e sonhando, as imortalidades
Rasga no etéreo Espaço da Pureza.

Ó almas presas, mudas e fechadas,
Nas prisões colossais e abandonadas,
Da dor do calabouço, atroz, funéreo!

Nesses silêncios solitários, graves,
Que chaveiro do Céu possui as chaves
Para abrir-vos as portas do Mistério?!

Exercício

  1. Cite algumas metáforas do poema.

2. A participação emocional comparece no poema de forma mais acentuada através de qual classe gramatical e de que recurso de pontuação?

  1. Dê exemplos de rima rica presentes no poema.

  1. Qual o tipo de composição poética de “Cárcere das almas”? Esse tipo de poema está adequado ao tema?

  1. Quanto à métrica, que tipos de versos temos?

  1. Sabendo que anástrofe é uma inversão da ordem dos termos ligados por uma preposição, que versos são exemplos de anástrofes?

  1. Comente sobre o conteúdo do poema.

RESPOSTAS:

1. Alma presa, alma soluçando, calabouço, tudo se veste de igual grandeza, alma sonha, alma rasga imortalidades, almas presas, mudas e fechadas, silêncio solitário, portas do Mistério.
2. A classe gramatical é a Interjeição e o recurso de pontuação é a exclamação.
3.  Presa/natureza; funéreo/mistério;  graves/chaves
4. Soneto; está adequado ao tema, pois é um tipo de poema de forma fixa e, portanto, está de acordo com o clima de prisão, de limitação que marca o poema.
5. Versos decassílabos.
6. Que chaveiro do Céu possui as chaves
    Para abrir-vos as portas do Mistério?!  
Na ordem direta seria: Que chaveiro possui as chaves do Céu
7. Todas as almas encontram-se presas, isto é, em situação de angústia e desalento. Elas sonham com a plenitude da natureza, com liberdades e imortalidades. Contemplam-se a si mesmas e se  perguntam quem possui as chaves para libertá-las da condição limitadora em que se encontram. O poema possui uma concepção mística da vida, pois transmite a ideia de que nenhuma alma está satisfeita com a vida que leva pelo fato de a  matéria se tornar uma prisão para elas. No entanto, isso não é dito explicitamente, é sugerido através de metáforas e símbolos, num processo de associação de ideias. O poema mergulha na emoção, intuição e fantasia, pautando-se por um tom altamente poético e o resultado é uma poesia que não admite uma interpretação lógica, uma vez que se fundamenta no aspecto não conceitual da linguagem.

Perguntas e respostas:  autora do blog Estaçaodapalavra.
Livro que ajudou como fonte de estudo e pesquisa:

Estilos de Época da literatura brasileira.
Autor: Domício Proença Filho.
Editora Ática.


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